Edição 1992 de 8 a 14 de setembro de 2013
Euler de França Belém
Euler de França Belém
Kit Gay volta ampliado às escolas
Orley José da Silva
Em abril de 2011, pressionada politicamente pelas bancadas
católica, evangélica e da família, a Presidência da República vetou a distribuição
para as escolas do material de auxílio didático produzido pelo Programa Escola
Sem Homofobia.
Apelidado de “kit gay”, o estojo continha três vídeos e um
guia para os professores, com aplicação restrita aos alunos do ensino
médio. Não foi difícil para o Ministério da Educação (MEC) atender ao pedido
presidencial porque se tratava de material complementar que não refletia
no conteúdo dos livros daquele ano.
A oposição ao Programa não se deu em função da temática em si e
nem pela falta de reconhecimento da necessidade de enfrentar o problema, mas
pela maneira equivocada de abordar o assunto. Na oportunidade, a Secretaria
Geral da Presidência da República prometeu às representações políticas que, dali
em diante, toda edição de material sobre “costumes” passaria antes pelo olhar
da Presidência e por um amplo debate com a sociedade civil.
No início deste semestre, porém, chegaram às escolas de várias
cidades do país amostras dos livros didáticos para 2014. A partir dos
exemplares que vieram para as escolas da Rede Municipal de Educação de Goiânia,
percebe-se que o MEC ousou novamente ao reeditar o antigo projeto, além de
inserir nos mesmos o também delicado tema da chamada nova configuração
familiar.
Como se isto não bastasse, ampliou o alcance deste doutrinamento
para crianças a partir dos 8 anos de idade. Vale ressaltar que a mesma ordem presidencial
não poderia ser cumprida facilmente com o material didático do próximo ano,
porque ele foi cuidadosamente produzido para não sofrer alterações.
A precaução dos editores fez com que os temas homossexuais e da
nova configuração familiar não mais se apresentassem separados do conjunto dos
livros, mas se misturassem aos conteúdos de algumas disciplinas. Assim, a
retirada destes temas polêmicos resultaria em prejuízo para uma parte
considerável de todo o material didático. Em vista disso, vale questionar
se a quebra da promessa presidencial de não promover “costumes”, ainda
mais na escola básica, sem que haja antes uma ampla discussão com a
sociedade civil organizada, foi por conta e risco do MEC ou teve o aval do
Planalto.
Orley José da Silva, mestre em letras e linguística pela Universidade
Federal de Goiás (UFG), é professor na Rede Municipal de Educação de
Goiânia, mestre em letras e linguística (UFG)
Obs.: artigo originalmente publicado no Jornal Opção:
http://www.jornalopcao.com.br/colunas/imprensa/kit-gay-volta-ampliado-as-escolas
Oi !
ResponderExcluirAcabei de conhecer o site.
Parabens!
Vou divulgar pra todos que conheço.
Alias,gostaria de dar uma dica:
o programa salto para o futuro da tv escola é um poço de bizarrices.
Lá dá pra ver as ultimas bizarrices que estão querendo por nas escolas.
Principalmente no mês de março pois tem o dia 21 contra a descriminação racial e adivinhe quem que eles convidam?
Os negros racistas das ongs!